28 de agosto de 2012
PORTO VELHO – A Amazônia tem contribuído significativamente na atividade de extração e
transformação mineral realizada em todo território brasileiro. E é com os olhos
voltados a dar maior visibilidade à produção do extrativismo mineral familiar
na Região Norte e debater as políticas públicas para o setor que Porto Velho
vai sediar o 1° Congresso Internacional de Mineração e Garimpagem Sustentável
na Amazônia (CIMIGS). O evento acontece de 7 a 9 de Setembro, no auditório do
ILES/ULBRA na capital rondoniense.
Os minérios mais
extraídos na Amazônia são, em primeiro lugar, o ferro. O metal chegou a
corresponder, em 2008, a 35,2% da produção nacional. Em segundo lugar vem à
alumina (bauxita), com 17,6% do total. O alumínio aparece em terceiro, com
15,1%, e o cobre fica na quarta posição, com 11,3%. Ainda em 2008, a extração
do nióbio colocou o país em primeiro lugar no ranking internacional, em segundo
com a extração de ferro, manganês e alumínio (bauxita), e em quinto com o
caulim e o estanho.
Garimpo em Rondônia
Nas décadas de 60 a
80, o Estado viveu um auge de grande desenvolvimento econômico no setor. Com a
abertura da BR-364, a região ficou relativamente bem, quanto ao aspecto
financeiro, mas sofria com a atividade explorada de forma clandestina e manual.
Em 1970, o Governo Federal proibiu a lavra manual na província estanífera de
Rondônia, de acordo com a Portaria nº. 195, determinando que a exploração das
jazidas fosse mecanizada, por meio de empresas.
A primeira mina de
cassiterita descoberta em Rondônia se localizava no rio Machadinho, no ano de
1955. Em 1973, no auge da extração do minério, chegou-se a tirar até 7,3 mil
toneladas. Neste período, a produção de Rondônia correspondeu a 80% do
produzido no país.
De lá para cá, pouca
coisa mudou. O modelo atual de exploração mineral ainda é artesanal e familiar.
Com o apoio das cooperativas, os profissionais extraem apenas uma pequena
parcela do potencial existente no Estado, o que representa resultados
inferiores a 10%, apesar de estudos técnicos ligados ao setor comprovarem que
há forte concentração de ouro na região.
Atualmente a
cooperativa dos Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal (Minacoop), cooperativa
de Garimpeiros do Rio Madeira (Coogarima) e a cooperativa de Garimpeiros do
Amazonas (Cogam), contam com 1.498 profissionais atuantes. Esses números
representam famílias que fazem circular mensalmente em Porto Velho cerca
de R$ 13 milhões. A atividade gera uma renda média de mais de R$ 8 mil por
família.
Preocupação com o
Meio ambiente
As cooperativas
encaram como desafio principal a desconstrução do atual modelo imposto pelo
capital, com subordinação do Estado, e a construção de outra possibilidade de
aproveitamento de forma racional dos recursos minerais na Amazônia. A maior
preocupação é com a degradação do meio ambiente. A forma como a prática é feita
tem gerado grandes prejuízos como crateras, matas devastadas, águas poluídas e
outras sequelas, provavelmente irreversíveis.
Fonte:
Políticacompimentamalegueta
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